ISABELLA R. NOGUEIRA DE BARROS
DIFICULDADES DE USO DAS PREPOSIÇÕES ESPANHOLAS:
AS ARMADILHAS DAS SEMELHANÇAS LINGUÍSTICAS
O objetivo deste trabalho é identificar e analisar as dificuldades do uso das preposições na hora de traduzir um texto do espanhol para o português e vice-versa; identificando aquelas que são mais usadas na língua espanhola, comparando-as segundo suas funções e com as suas equivalentes na língua portuguesa. Para atingir esse objetivo, primeiro analisaremos as diferentes relações de regência (verbal e nominal) e tipos de complementos nas duas línguas, depois apresentaremos as preposições espanholas, e destacaremos as seis mais usadas e que causam mais divergências entre a língua espanhola e a portuguesa. Utilizaremos como corpus dessa análise algumas tirinhas da personagem Mafalda, que serão analisadas, tendo destacados os trechos que causariam dificuldades na hora de serem traduzidos a um tradutor desatento; lembrando que este estudo não tem como objetivo analisar ou criticar o trabalho da tradutora.
Palavras-chave: Preposição. Regência. Tradução.
RESUMEN
Este trabajo tiene como objetivo identificar y analizar las dificultades en el uso de las preposiciones al traducir un texto del español al portugués y viceversa; identificando las que son más utilizadas en la lengua española, comparándolas de acuerdo a sus funciones y sus equivalentes en portugués. Para lograr ese objetivo, en primer lugar vamos a examinar las distintas relaciones de régimen (verbal y nominal) y los tipos de complementos que existen en los dos idiomas, a continuación, vamos a presentar las preposiciones españolas, y destacar las seis más utilizadas y que causan más desacuerdos entre las lenguas española y portuguesa. Vamos a utilizar como corpus de ese análisis las tiras cómicas de Mafalda, en que se destacarán los fragmentos que podrían causar problemas a un traductor distraído; recordando que este estudio no pretende analizar o criticar el trabajo de la traductora.
Palabras clave: Preposición. Régimen. Traducción.
LISTA DE ABREVIATURAS
CA – complemento agente
CC – complemento circunstancial
CD – complemento direto
cf. – confira
CI – complemento indireto
OD – objeto direto
ODP – objeto direto preposicionado
OI – objeto indireto
TD – transitivo direto
TI – transitivo indireto
CAPÍTULOS
1 INTRODUÇÃO
2 ENTENDENDO O QUE É REGÊNCIA
2.1 As regências sob o ponto de vista das línguas portuguesa e espanhola
2.1.1 Línguas Portuguesa
2.1.2 Língua Espanhola
3 CONHECENDO AS PREPOSIÇÕES
3.1 Preposição A
3.2 Preposição Con/com
3.3 Preposição De
3.4 Preposição En/em
3.5 Preposição Para
3.6 Preposição Por
4 TRADUÇÕES QUE PODERIAM TER DADO ERRADO
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICE – LOCUÇÕES PREPOSITIVAS E FRASES FEITAS
No quarto quadro da figura 2, na frase […] abriera una sucursal, o verbo abrir é transitivo e pede um CD, sem a exigência ou necessidade de uma preposição.
2.1.2 Língua Espanhola
3 CONHECENDO AS PREPOSIÇÕES
3.1 Preposição A
3.2 Preposição Con/com
3.3 Preposição De
3.4 Preposição En/em
3.5 Preposição Para
3.6 Preposição Por
4 TRADUÇÕES QUE PODERIAM TER DADO ERRADO
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICE – LOCUÇÕES PREPOSITIVAS E FRASES FEITAS
1 INTRODUÇÃO
Segundo José Laguna Campos em seu artigo, “Gramática de las preposiciones”:
Uno de los temas que suscita mayores problemas a la hora de explicar el español como lengua extranjera es el de las preposiciones. Por otra parte, también desde un punto de vista teórico, son muchos los gramáticos que se han interesado por ellas. (CAMPOS, 2004, p. 526).
O presente trabalho visa identificar e analisar os erros de regência que podem ser cometidos na tradução de um texto de espanhol para o português e vice-versa; identificando as preposições mais usadas na língua espanhola, comparando-as segundo suas funções, bem como com as suas equivalentes na língua portuguesa. Para isso, foram escolhidas como corpus desta análise algumas tiras em quadrinhos da personagem Mafalda, publicadas em espanhol e em português.
A principio, devemos entender o que é regência, qual é a sua função e a sua importância, e porque ela é capaz de provocar tantos mal-entendidos. Sabe-se que um verbo pode admitir mais de uma regência, e essa diversidade provoca uma variação significativa do mesmo. É dentro dessa teia de significados que trabalharemos a pesquisa, para que ela possa contribuir com o entendimento de um dos assuntos mais importantes e complexos na produção de um texto – o uso das preposições. O seu uso inadequado é um tipo de erro que pode ser cometido em todos os níveis de conhecimento de uma segunda língua, principalmente se ela tem por hábito provocar confusões linguísticas devido às semelhanças com a língua materna do tradutor, como é o caso do espanhol com o português.
Na aula inaugural de uma das turmas de pós-graduação de tradução de espanhol, o Professor Doutor José Luis Sánchez apresentou à classe o conto do escritor João Ubaldo Ribeiro, Era um dia diferente quando se matava porco. O título, em si, gerou uma grande confusão dentre os alunos, levando à maioria cometer os seguintes erros de tradução: Era un día raro cuando se le mataba a un cerdo; Era un día distinto cuando se mataba cerdo; Era un día diferente cuando se mataba el cerdo; Era un día diferente cuando se mataba a un cerdo; este, porém, não está errado, mas a tradução precisa é: Era un día diferente cuando se mataba al cerdo; já que a preposição a é obrigatória quando o objeto direto é um animal ou pessoa.
Uma troca de preposições pode levar ao não entendimento de um contexto, como por exemplo, quando se diz em espanhol que está apaixonado por alguém, deve-se usar a preposição de [estar enamorado de alguien] e não a preposição por, como em português, caso contrário, o ouvinte entenderá que ajudou essa pessoa a se apaixonar por outra, e não que é o objeto da paixão.
Figura 1: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 58.
Figura 2: 10 anos com Mafalda: Martins Fontes, 2010, p. 58.
Outro grande problema é as ambiguidades geradas quando ocorre a indiferenciação entre os objetos direto e indireto, como em El hombre presentó a su mujer al jefe, quem foi apresentado a quem? Para evitar esse tipo de equívoco, suprimimos a preposição a diante do objeto direto por entrar em conflito com o outro complemento, que também exige essa preposição: El hombre presentó su mujer al jefe. Enfim, essa e outras questões serão analisadas adiante no presente trabalho.
2 ENTENDENDO O QUE É REGÊNCIA
Como dito anteriormente, o uso correto das preposições é fundamental para a construção de um texto, pois uma simples troca pode mudar todo o seu significado, vejamos o seguinte exemplo extraído de uma tirinha da Mafalda:
Figura 3: Toda Mafalda: Ediciones de la flor, 1997, p. 63
No terceiro quadro Mafalda usa a preposição de para dizer que sabe que Manolito está pensando num plato de fideos [prato de macarrão], ou seja, o conteúdo do prato, a refeição em si. Se Mafalda tivesse usado a preposição con, plato con fideos, estaria dizendo que Manolito estava pensando numa refeição preparada com macarrão, como, por exemplo, uma sopa.
No entanto, o que é regência? De acordo com o dicionário Houaiss é a “relação de dependência entre duas palavras numa construção, na qual uma (a regida) complementa a outra (a regente)”. Ou seja, é a relação de ligação entre duas palavras em que a segunda é subordinada à primeira.
2.1 As regências sob o ponto de vista das línguas portuguesa e espanhola
Quando estamos trabalhando com línguas tão semelhantes, a sintaxe pode ser um pouco confusa, pois tendemos a pensar de acordo com a gramática do idioma materno. A seguir buscaremos explicar essas diferenças.
2.1.1 Língua portuguesa
Na língua portuguesa há dois tipos de regência: verbal e nominal. A regência verbal é a relação de dependência entre o verbo e seus complementos, que são essenciais para que se tenha um sentido completo da oração. Essa regência é determinada pela relação do mesmo com seu complemento (objeto direto – OD, indireto – OI, ou ambos). O verbo transitivo direto (TD) não exige preposição, salvo em caso de que seja necessária para dar sentindo ao contexto (objeto direto preposicionado).
Figura 4: 10 anos com Mafalda: Martins Fontes, 2010, p. 58.
O verbo afirmar, que aqui significa sustentar ou assegurar, é um verbo TD, e por isso pede um objeto direto como complemento, que nesse caso é representado por uma oração substantiva.
O objeto direto preposicionado (ODP) pode ser regido pela preposição a, e somente por ela, com verbos que exprimem sentimentos, para evitar ambiguidade, diante de provérbios, para expressar reciprocidade, com o pronome relativo quem; com uso obrigatório diante dos pronomes oblíquos tônicos.
Em contrapartida, o verbo transitivo indireto (TI) exige uma preposição para se ligar ao complemento.
Figura 5: 10 anos com Mafalda: Martins Fontes, 2010, p. 71.
Em brincar de liberdade, o verbo brincar é TI e o seu complemento, de liberdade, é OI.
Há verbos que podem admitir mais de uma regência com mudança de significado. Vejamos os seguintes exemplos com o verbo aspirar: abri as janelas para aspirar ar fresco e aspiramos ao término das guerras. Em ambos os casos o verbo aspirar pede um complemento, entretanto, na primeira situação o verbo é TD, pois significa inalar, inspirar, respirar; pedindo como complemento um OD. Na segunda oração, é TI, pois significa almejar, desejar; pedindo um complemento indireto e, com isso, a preposição a.
A regência nominal é a relação de dependência entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e o seu respectivo complemento nominal (substantivo, pronome, numeral, palavra ou expressão substantivada ou oração completiva nominal) através de uma preposição. No trecho “livro de história” que aparece no último quadro da figura 5 (acima), o substantivo “história” está complementando o substantivo “livro” através da preposição de.
2.1.2 Língua espanhola
Em espanhol é usado o termo régimen, que de acordo com a definição do DRAE é a “dependencia que tienen entre sí las palabras en la oración, determinada por el oficio de unos vocablos respecto de otros, estén relacionados o no por medio de las preposiciones”; ou seja, quando há a exigência do uso de uma preposição por um verbo, um adjetivo, ou um substantivo.
Segundo Torrego (2007), os verbos podem vir acompanhados pelos seguintes complementos:
a) Complemento direto (CD) ou objeto direto (OD): une-se ao verbo, completando o seu significado, sem a necessidade de um indicador. Pode vir algumas vezes precedido pela preposição a quando se referir à pessoa, animal ou algo personificado (substantivos comuns, pronomes ou nomes próprios), diante de pronomes tônicos e para evitar ambiguidades.
Figura 6: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 27
Figura 7: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 23.
Na frase Nada, Mamá, estoy mirando a la humanidad, o verbo mirar significa observar a ação de alguém, sendo transitivo. A palavra “humanidade” é um substantivo personificado, e por isso vem precedido pela preposição a. Conclui-se que la humanidad é um CD com a preposição a.
Sabemos se um complemento é direto quando é substituível pelos pronomes átonos lo, la, los, las, ficando nesse caso assim: estoy mirándola; e se quando passamos a oração ativa para a passiva, se transforma em sujeito: la humanidad es mirada por mi.
b) Complemento indireto (CI) ou objeto indireto (OI): completa o significado do verbo intransitivo e, ao contrário do que ocorre na língua portuguesa, vem sempre precedido somente pela preposição a, expressando o destinatário ou beneficiário da ação.
Figura 8: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 58.
Na frase […] yo a la maestra le despierto una especie de simpatía comercial, a la maestra é o complemento indireto, pois completa o verbo através do CD (una especie de simpatía comercial).
Sabemos que é um CI porque pode ser substituído pelos pronomes átonos le e les (le despierto); e não muda a sua função quando a oração ativa é transformada em passiva, como em una especie de simpatía comercial es despertada por mí a la maestra. Além disso, observe que nesta situação, como o CI veio antes do verbo, houve uma duplicação obrigatória com o pronome átono correspondente (a la maestra le despierto).
c) Dativo: alguns gramáticos consideram essa função como uma variante do CI. Quando há a união dos complementos diretos e indiretos, o CI passa a ser desempenhado pelos pronomes átonos me, te, se (3ª pessoa do singular ou do plural), nos ou os, nunca por le ou les; e sempre precede o CD. Usando o exemplo anterior, yo a la maestra le despierto una especie de simpatía comercial, fica yo se la despierto. Se representa o CI e la representa o CD.
d) Complemento circunstancial (CC): complementa o verbo, sem que haja uma exigência, expressando as coordenadas espaciais da ação verbal, como modo, lugar, instrumento, matéria, tempo, ou companhia. Sua omissão não torna a oração agramatical, nem ininteligível; e pode vir precedido ou não por uma preposição.
Figura 9: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 190.
Quando Mafalda pergunta para onde Liberdade vai viajar no verão, a menina lhe contesta dizendo: ¿Nunca te hablé de la casa de mi abuela en el campo? O trecho en el campo é um CC de lugar, pois complementa a ideia, porém a frase continuaria compreensível sem a sua presença.
e) Complemento de régimen (CReg.) ou complemento regido: segundo o DRAE é “preposición que pide cada verbo, o caso que pide cada preposición”, ou seja, é quando um verbo, substantivo ou adjetivo é sempre acompanhado por uma determinada preposição.
Ao conter traços semânticos, as preposições se relacionam com as palavras que as regem e, nessa relação sintagmática, o valor semântico dessas palavras comanda o emprego de uma preposição ou de outra. Por conseguinte, a variabilidade no uso das preposições não é aleatória, mas semanticamente governada: seja ela qual for e seja qual for o motivo de sua ocorrência, do ponto de vista sintático, é parte de um sintagma, no qual a regência constitui um importante elemento caracterizador da estrutura de uma língua (MARRONE, 2005, p. 107).
Figura 10: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 133.
Em […] contribuir con la humanidad, o verbo contribuir significa cooperar, e requer a preposição con, que neste contexto expressa colaboração, para preceder o seu complemento. Além dessa preposição, o verbo contribuir, dependendo da necessidade, também pode requerer as preposições a e para, que expressam finalidade. Vejamos os seguintes exemplos: Los empleados han contribuido al éxito de la compañía e Contribuí con veinte reales para repostar el coche.
f) Complemento Agente (CA): é quem realiza a função do verbo. Sempre aparece nas orações passivas precedido pela preposição por, e na oração ativa como sujeito. Usando como exemplo a figura 8, a frase yo a la maestra le despierto una especie de simpatía comercial, tem como CA o pronome yo, pois ele exerce a ação verbal, sendo o sujeito da oração ativa, que quando transformada em passiva fica: una especie de simpatía comercial es despertada por mi a la maestra.
3 CONHECENDO AS PREPOSIÇÕES
As preposições são definidas, tanto no espanhol, quanto no português, como palavras invariáveis, geralmente átonas, que podem ser simples ou compostas (quando se agrupam entre si e formam as locuções prepositivas). Na língua portuguesa podem aglutinar-se através das contrações com artigos, pronomes e advérbios, trazendo uma grande variedade de combinações, contra apenas duas possibilidades do espanhol al e del, que são resultantes da junção entre preposição e artigo. Podem ser regidas por um verbo, substantivo ou palavra substantivada, pronome, adjetivo ou advérbio.
De acordo com Brito et al (2010), a importância da contribuição das preposições para o entendimento das construções das quais participam depende das “possibilidades de opção de quem fala ou escreve no momento de construir os enunciados”. Entretanto, em muitos casos esse conectivo não é usado de acordo com o significado que agrega à construção, sendo exigido pela palavra que o precede.
Existem preposições com significado próprio, como por exemplo, após, que significa posterioridade no espaço ou tempo; as que têm mais de um significado, que pode ser deduzido de acordo com o contexto, como o com, que pode significar companhia ou a matéria de um conteúdo, dentre outros; e as que não têm nenhum significado próprio e funcionam apenas como meros conectivos.
Na língua espanhola temos as seguintes preposições: a, ante, bajo, con, contra, de, desde, en, entre, hacia, hasta, para, por, según, sin, sobre e tras. Entretanto, segundo alguns autores de gramática, como Massip (2003) e Brito et al. (2010), as preposições que mais usadas e que apresentam divergências de uso em ambas as línguas são a, con/com, de, en/em, para e por, que serão o objeto de estudo deste trabalho.
3.1 Preposição A:
Tem como origem as preposições latinas ad, usada como acusativo, que é o caso que exprime o CD, e significa aproximação; e ab, usada como ablativo, expressando procedência, afastamento, lugar e instrumento. Essa soma de valores resultou numa grande variedade de funções dessa preposição em ambas as línguas.
O caso do a é o mais complexo pois, em latim, era usado com o ablativo e o acusativo travado por um d (ad) que, com o tempo, foi elidido, fato que gerou múltiplos usos híbridos nas línguas românicas, que começaram a empregá-lo com o dativo, o acusativo e o ablativo (MASIP, 2003, p.148).
Dentre as funções dessa preposição estão:
- acompanhar sempre o CI, alguns casos de CD e complementos nominais; em português acompanha o ODP e alguns casos de OI e complementos nominais, (cf. capítulo anterior).
- distância: a cien metros / a cem metros.
- localização: Te espero a la puerta. Em português usamos a preposição em: Espero por você na porta.
- destino (verbos llegar/chegar e ir): Llegué a casa temprano. Em português podemos dizer: Cheguei a casa cedo. Entretanto, é mais comum o uso coloquial com a preposição em: Cheguei em casa cedo.
- a perífrase com ir + a + infinitivo indica finalidade ou ideia de futuro: vamos a viajar. Em português omitimos a preposição: vamos viajar.
- estilo: trajes a la Luis XV. Em português omitimos o artigo e quer dizer “à moda de”: trajes a Luís XV.
- instrumento, meio e modo: hecho a mano / feito a mão; murió a cuchilladas / morreu a facadas; me gusta andar a pie / gosto de andar a pé.
- preço (cambiante): lo compré a diez euros / comprei a dez euros.
- numeral: a docenas / às dúzias; a millares / aos milhares.
- tempo:
- data: estamos a 30 febrero. Não há preposição em português: hoje são 30 de fevereiro.
- hora: salí a las 8,45h. / Sai às 8h45.
- idade: Me gradué a los 24 años. / Eu me formei (ou Formei-me) aos 24 anos.
- momento em que algo ocorre: al principio / a princípio ou ao começo.
- intervalo de lugar ou de tempo (de... a): Estudio de 8:00h a 17:00h. / Estudo das 8h às 17h. De mi casa a la esquina hay 100 m. / Da minha casa à (ou “até a”) esquina são 100 metros.
- simultaneidade com um acontecimento: Me desperto a la salida del sol. / Acordo ao nascer do sol.
- antecede os infinitivos regidos por um verbo que indica começo, aprendizagem, tentativa, conquista ou finalidade da ação: Empezar a correr. Enseñar a leer. Disponerse a escapar (DRAE). Começar a correr. Ensinar a ler. Dispor-se a fugir.
- dativo: indica o destinatário da ação. Di una manzana a la maestra. / Dei uma maçã à (ou para a) professora.
- semelhança: Se parece a su padre. Em português usa-se a preposição com: Se parece com o pai.
- antes de verbo no infinitivo para expressar ordem: ¡A comer! O que não ocorre em português: Coma!
3.2 Preposição Con/com:
Tem como origem a preposição latina cum, usada como ablativo. Dentre as suas funções estão:
- companhia ou colaboração: Trabajo con María. / Trabalho com Maria. Observe que luchar con é diferente de luchar contra. Por exemplo: De ahora en adelante lucharé con vosotros contra la pobreza. / De agora em diante lutarei com vocês contra a pobreza. Nesse caso, a preposição con representa colaboração, e a preposição contra representa oposição.
- meio, modo ou instrumento: Apretar con las manos. / Apertar com as mãos. Atar con una cuerda. / Amarrar com uma corda.
- equivale a gerúndio quando antecede o infinitivo: Con trabajar, ganó mucho dinero. / Com trabalhar, ganhou muito dinheiro.
- causa: Con esa actitud lo perderá todo. / Com essa atitude (ou “Agindo assim”) perderá tudo.
- condição (si): Con dos meses de vacaciones me pondría contenta. / Ficaria feliz com (ou “se tirasse”) dois meses de férias.
- substitui a locução conjuntiva a pesar de: Con ser joven, es muy responsable. / Apesar de ser jovem, é muito responsável.
- simultaneidade temporal: Con la Navidad llegan siempre las tarjetas y los buenos deseos. / Com o Natal sempre chegam os cartões e os votos de felicidade.
- contrapor uma exclamação com uma realidade expressa ou implícita: ¡Con lo hermosa que era esta actriz y ahora está tan gordita! O mesmo não ocorre em português: Esta atriz era tão bonita e agora está tão gordinha!
3.3 Preposição De:
Vem da preposição latina de, que tem valor ablativo. Apresenta os seguintes tipos de ocorrência:
- posse: Casa de Juan. / Casa do João.
- origem: Soy de Rio de Janeiro. / Sou do Rio de Janeiro.
- matéria: Vestido de seda. / Vestido de seda.
- conteúdo: Vaso de agua. / Copo de água.
- assunto de que se trata: Él libro habla de la guerra civil. / O livro fala da guerra civil.
- causa: Mi gato murió de vejez. / Meu gato morreu de velhice.
- natureza, condição ou qualidade: Mujer de talento. / Mulher de talento. Hombre de valor. / Homem de valor.
- precedida por um substantivo, adjetivo ou advérbio; e seguida por um verbo no infinitivo: Harto de trabajar. / Cansado de trabalhar.
- com verbo no infinitivo, com valor condicional: Se saberlo antes, habría venido. / Se tivesse sabido antes, teria vindo.
- determinar o momento de algo: de madrugada / de madrugada; de noche / de noite.
- reforçar uma qualidade: El bueno de Juan es que él es muy atento. / O bom do João é que ele é muito atencioso.
- valor partitivo: Un poco de agua. / Um pouco de água.
- afastamento: Sacó del cajón un sobre enorme. / Tirou um envelope enorme da gaveta.
- parte de um todo: Algunos de ustedes tendrán que quedarse aquí. / Alguns de vocês terão que ficar aqui.
3.4 Preposição En/em:
Tem como origem a preposição latina in. Dentre as suas ocorrências, estão:
- localização espacial: Vivo en Brasil. / Moro no Brasil.
- localização temporal: Te llamaré en la pausa. / Ligo para você no intervalo.
- Data (ano): Empecé a estudiar en 1986. / Comecei a estudar em 1986.
- período de tempo: Mi família siempre viaja en Navidad. / A minha família sempre viaja no Natal.
- meio de transporte: Viajar en avión. Andar en coche. Usa-se a preposição de em português: Viajar de avião. Andar de carro. Observe que se diz andar a caballo / andar a cavalo; andar a pie / andar a pé (cf. preposição a).
- transformação: Esa película se ha convertido en un éxito. Em português não há preposição: Esse filme virou um sucesso.
- operação financeira: Por casi toda Europa los precios están en euros. / Em quase toda a Europa os preços são em euros.
- preço (final): El precio final de la casa se quedó en la mitad. Em português, usa-se a preposição por: O preço final da casa ficou pela metade.
- ocupação: Trabaja en bioquímica. Em português usamos a preposição com: Trabalha com bioquímica.
- como a preposição por: Lo conocí en la voz. Em português usa-se a preposição por: Reconheci pela voz.
- dentro de: Hablo contigo en un minuto. / Falo contigo em (ou “daqui a”) um minuto.
3.5 Preposição Para:
Antes usada como pora, tem como origem a preposição latina ad. Dentre as suas funções estão:
- com destino a: Fueron para Madri. / Foram para Madri.
- em direção a (hacia): Iba para su casa cuando me lo encontré. / Ia para sua casa quando o encontrei.
- duração: Tenemos agua para una semana. / Temos água para uma semana.
- finalidade: Para ayudar a los chicos haremos una donación para el orfanato. / Para ajudar as crianças faremos uma doação para o orfanato.
- causa ou motivo: ¿Para qué sirve la investigación? / A pesquisa serve para o quê?
- opinião: Para María, aquello era lo mejor. / Para Maria aquilo era o melhor.
- prazo, limite ou data aproximada: Terminaré el trabajo para marzo. Em português usamos a preposição em: Acabarei o trabalho em março.
- proximidade da ação: El tren está para salir. / O trem está para sair.
3.6 Preposição Por:
Do latim pro (ablativo), com influencia de per (acusativo). Suas funções são:
- causa: No te lo dije por amor. / Não contei a você por amor.
- época do ano: Volveremos por Navidad. / Voltaremos lá pelo (ou “no”) Natal.
- equivale a durante: Me voy por un tiempo. / Vou embora por um tempo.
- equivale a en favor de, en beneficio de ou por consideración a: Dar la vida por la patria. / Dar a vida pela pátria.
- finalidade (equivalente a para): Se despertó a las seis por no llegar tarde. Em português usamos a preposição para: Levantou-se às seis para não chegar tarde.
- frequência: Hace gimnasia cuatro veces por semana. / Faz ginástica quatro vezes por semana.
- indica o complemento agente ou agente da ação: Orgullo y Prejuicio fue escrito por Jane Austen. / Orgulho e Preconceito foi escrito por Jane Austen.
- lugar (“perto de” ou “ao lado de”): Pasamos por tu casa por la mañana. / Passamos pela sua casa de manhã.
- lugar indeterminado: Mi hermana siempre deja sus calzados por ahí. / Minha irmã sempre larga os sapatos por aí.
- meio, instrumento: Te enviaré los libros por correo. / Mandarei os livros para você por correio.
- periodicidade: Estamos a su disposición sea por la tarde, por la mañana o por la noche. Usamos as preposições de ou a em português: Estamos a sua disposição seja de (à) tarde, de manhã ou de (à) noite.
- preço ou quantia: Vendí mi coche por 15 mil reales. / Vendi o carro por 15 mil reais.
- sentimento: No puedo explicar lo que siento por él. / Não consigo explicar o que sinto por ele.
- sinal de multiplicação: 2 x 10 (dos por diez). Em português usamos o substantivo “vez”: 2 x 10 (duas vezes dez).
- substituição: Dar gato por liebre. / Comprar gato por lebre.
- tempo (aproximado): Volveremos por el 15 de mayo. / Voltaremos por volta do dia 15 de maio.
- tempo (passado): Perdí el avión por diez minutos. / Perdi o avião por dez minutos.
- ter vontade de algo (estar + por + verbo no infinitivo): Estoy por ir al cine. Essa expressão não é usada em português: Quero ir ao cinema.
4 TRADUÇÕES QUE PODERIAM TER DADO ERRADO
Neste capítulo analisaremos algumas tirinhas em espanhol da Malfada que poderiam confundir o tradutor na hora de adaptá-las ao português. O objetivo deste projeto não é analisar o trabalho feito pela tradutora, e sim as armadilhas linguísticas que ela encontrou.
Figura 11: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 16.
Em espanhol, o substantivo duda, que nesse contexto indica o estado de alguém que não está seguro de algo, pede a preposição de, ao contrário do que ocorre em português com a palavra “dúvida”, que pede a preposição sobre: Ficará com a dúvida sobre o que queria perguntar.
Figura 12: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 23.
Nessa figura encontramos três situações que podem apresentar dificuldades na hora de serem traduzidas. Em entra al área, a preposição a indica localização, a preposição usada em português é em, a tradução, então, seria “entra na área”. Em sale a marcarlo, a preposição a antecede um verbo no infinitivo regido por um verbo que indica finalidade da ação. Essa frase seria melhor traduzida para o português com a preposição para, com o sentido de finalidade. A dificuldade que pode ser gerada pela tradução da locução adverbial a veces é a presença do artigo feminino a que em português aparece no plural: às vezes.
Figura 13: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 25.
Aqui o problema está na locução adverbial en serio (preposição em + adjetivo), essa expressão não é usada na língua portuguesa e que pode ser traduzida apenas pelo adjetivo “sério?”, ou por “de verdade?” (preposição de + substantivo).
Figura 14: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 36.
No terceiro quadro há um exemplo de como a preposição a é usada em espanhol para expressar ordem: ¡A dormir todo el mundo! O que não ocorre em português: Vamos todos dormir!
Figura 15: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 39.
Em cerró con llave, a preposição con denota instrumento que serve para fazer algo, em português usamos a preposição a: trancou a chave.
Figura 16: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 49.
Na figura 16, há um exemplo claro de como uma única preposição pode alterar o sentido da frase. Quando Mafalda diz ¡Gracias a Dios llegó la primavera!, quer dizer que estar feliz com a chegada da primavera. Quando o senhor diz Gracias a Dios llegué a la primavera, quer dizer que está feliz por estar vivo e ter conseguido chegar até a primavera, ou seja, alcançar uma situação ou um espaço no tempo. Em português usamos as preposições a ou em: cheguei à / na primavera.
Figura 17: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 90.
Em espanhol o verbo consultar é transitivo e pede complemento direto com a preposição a. Em português é transitivo direto e pede como complemento um objeto direto: consultar um psicanalista.
Figura 18: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 122.
O verbo pronominal asustarse que pode exigir, dependendo do contexto, os seguintes complementos de régimen: a, con, de, desde, por; em português usamos apenas a preposição com: assustar-se com uma ideia.
Figura 19: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 125.
Quando Susanita diz que bastaría con esconderlos, está expressando as circunstâncias com as quais algo é executado, por isso usa-se a preposição con. O mesmo não ocorre em português: bastaria escondê-los.
Figura 20: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 189.
Na frase ¿Te conté que mi papá a su sueldo lo llama “el concorde”?, o verbo llamar é transitivo, e o pai da Liberdade está personificando, dando um nome ao salário, e por isso o complemento direto é regido pela preposição a. Como o CD antecede o verbo, ocorre uma duplicação com o pronome átono correspondente, o que não ocorre em português. Além disso, “concorde” é um objeto indireto regido pela preposição de. Sua tradução seria: Te contei que o meu pai chama o salário dele de “concorde”?
Figura 21: 10 años con Mafalda: Editorial Lumen, 1973, p. 190.
Na figura acima, aparece o verbo oprimir, que em espanhol é transitivo e refere-se à pueblo, por isso é regido pela preposição a. Em português, é um verbo transitivo direto e não é regido por nenhuma preposição, nem se encaixa nas regras de ODP, ficando: [...] oprimir o povo.
5 CONCLUSÃO
O presente trabalho teve como objetivo explicar, de forma teórica e comparativa, as dificuldades geradas pelo uso das preposições nos profissionais que trabalham com duas línguas tão similares quanto o espanhol e o português. Um dos grandes problemas para o reconhecimento do uso adequado das preposições é a distinção existente em ambas as línguas em relação aos complementos verbais e nominais; e, por essa razão, fizemos uma breve análise sobre como cada tipo de regência pode afetar um texto e suas implicações no resultado final da ideia.
Pudemos perceber também que as preposições podem exprimir um significado próprio e sugerir o contexto ao qual será aplicada, se de companhia, meio, instrumento, e outros. Para atingir esse objetivo, esse estudo separou as seis preposições consideradas as mais usadas na língua espanhola e analisou-as individualmente, comparando exemplos de frases nas duas línguas. De acordo com o exposto no capítulo 3, visto que a preposição que mais causa dificuldades, não só para o profissional lusófono, como também para o hispanófono, é a a, que tem uma maior variedade de usos, muitos dos quais não são usados na língua portuguesa.
Com esta pesquisa, conclui-se que as preposições podem ser uma grande armadilha linguística, já que quando trabalhamos com uma língua tão semelhante, nosso primeiro instinto é buscar o conforto do que nos já é conhecido, e por esse motivo muitas vezes acabamos cometendo erros, seja por falta de prática, ou por distração. O tradutor, acima de tudo, é um pesquisador, e para que esses erros sejam evitados deve ler, pesquisar e estudar muito, fazendo comparações, buscando exemplos, e outros, tanto na língua de partida, quanto na língua de chegada.
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APÊNDICE – LOCUÇÕES PREPOSITIVAS E FRASES PRONTAS
Español - Português
- ¿de verdad?, ¿en serio?, ¿de veras?, ¿no es cierto?, ¡es verdad! - Mesmo? Sério?
- A base de - À base de
- A cambio de - Em troca
- A cargo de - A cargo de
- A causa de - Por causa de
- A consecuencia de - Em consequência de
- A continuación - A seguir, em seguida
- A contrapelo - Contra a maré
- A costa de - A custo de
- A criterio de - A (ao) critério de
- A cuenta de - Por conta de
- A destiempo - Fora de hora
- A diestro y siniestro - A torto e a direito
- A diferencia de - Diferentemente de
- A disposición de - À disposição de
- A efectos de - Para efeito(s) de
- A ejemplo de - A exemplo de
- A escondidas - Às escondidas
- A eso de / alrededor de / sobre - Lá pelas / por volta das
- A excepción de - À exceção de
- A expensas de - Às custas de
- A falta de - Na / em falta de
- A favor de - A favor de
- A fin de - A fim de
- A fuerza de - A força de / mediante / à custa de
- A hurtadillas - De fininho
- A juicio de - A critério de; na opinião de
- A la altura de - À altura de
- A la atención de - Aos cuidados de
- A la derecha de / a la izquierda de - À direita / à esquerda de
- A la espera de - À espera de
- A la hora de - Na hora de
- A la par de - A par de
- A la primera - De primeira
- A la que salta (estar) - De olho; de antena ligada (estar)
- A lo loco - De qualquer jeito
- A mediados de - Em / a meados de
- A nivel de - Em nível de
- A parte - Por separado
- A pesar de - Apesar der
- A principios de - No começo / início de
- A propósito de - A propósito de
- A punto de - A / ao ponto de
- A raíz de - Devido a
- A riesgo de - Com o risco de
- A sabiendas - De caso pensado, de propósito, ciente de que
- A salto de mata - Rapidamente
- A semejanza de - À semelhança de
- A tiempo (de) - A tempo de
- A título de - A título de
- A tontas y a locas - De qualquer jeito
- A tope - Lotado; completamente cheio
- A traición - Pelas costas
- A través de - Através de
- A veces - Às vezes
- Al alcance de - Ao alcance de
- Al amparo de - Ao amparo de
- Al borde de - À beira de
- Al cabo de - No fim de, ao cabo de, após
- Al calor de - Ao calor de
- Al compás de - No compasso de
- Al contacto de - Ao contato de
- Al contrario de - Ao contrario de
- Al encuentro de - Ao encontro de
- Al frente de - Na frente de
- Al lado de - Ao / do lado de
- Al margen de - À margem de
- Al punto de - Ao ponto de
- Ante todo - Antes de mais nada
- Bajo cuerda - Por baixo do pano
- Con cargo a - Com débito a
- Con creces - Além do esperado
- Con el fin / con el propósito de - Com o propósito de
- Con excepción de - Com exceção de
- Con idea de - Com a idéia de
- Con intención de - Com a intenção de
- Con miras / vistas a - Com vistas a, com o objetivo de, visando a
- Con objeto de - Com o objetivo de
- Con pelos y señales - Nos mínimos detalhes
- Con perjuicio de - Com prejuízo de
- Con referencia a - Com referencia a
- Con relación a - Com relação a
- Con respecto a - Com respeito a
- Contra todo pronóstico - Contra todas as previsões
- Contra viento y marea - Contra tudo e contra todos
- Contra voluntad de - Contra a vontade de
- De acuerdo a / con - De acordo com
- De boca de - Da boca de
- De buen / mal humor - De bom / mau humor
- De buena fe - De boa fé
- De buenas a primeras - Sem mais nem menos
- De cabo a rabo - De cabo a rabo
- De cajón - Evidente, óbvio
- De mil amores - Com muito prazer, de bom grado
- De par en par (abrir) - De par em par
- De parte de - Em nome de; da parte de
- De paso - De passagem
- De pena - De dar pena / dó
- De perlas / de maravillas - Como uma luva, a calhar
- De por vida - Por toda a vida
- De puntillas - Na ponta dos pés
- De repente - De repente
- De risa - Incrível, ridículo, cômico
- De sol a sol - De sol a sol
- De vuelta a / de - De volta a/de
- De... a / desde las... hasta las - De… a (até) / desde às… até às
- Del lado de - Do lado de
- Del otro lado - Do outro lado
- Desde entonces - A partir de então / daquele momento
- Desde la perspectiva de - Da (na) perspectiva de
- Desde luego - Sem dúvida
- Desde siempre - Sempre
- En (el) caso de - No caso de
- En atención a - Em atenção a
- En broma - De brincadeira
- En busca de - Em busca de
- En calidad de - Na qualidade de
- En cambio - Ao contrario
- En compañía de - Na companhia de
- En consecuencia - consequentemente
- En consideración a - Em consideração a
- En contacto con - Em contato com
- En contra de - Contra
- En contraste con - Em contraste com
- En cueros - Completamente nu
- En cuestión de - Em questão de
- En defensa de - Em defesa de
- En definitiva - No final das contas, em última instância
- En detrimento de - Em detrimento de
- En dirección a - Na direção de
- En el centro de - No centro de
- En el momento de / en que - No momento / na hora de / em que
- En el plazo de - No prazo de
- En espera de - À espera de
- En favor de - A favor de
- En forma - Em forma
- En frente de - Na frente de
- En función de - Em função de
- En la medida de / en que - Na medida de / em que
- En lugar de - Em vez de; no lugar de
- En manos de - Nas mãos de
- En medio de - No meio de, em meio a
- En mitad de - Na metade de
- En nombre de - Em nome de
- En plata (hablar) - Sem rodeios (falar)
- En presencia de - Na presença de
- En principio - Em princípio
- En redondo - Terminantemente
- En relación a / con - Em relação a / com
- En saco roto (echar) - Num poço sem fundo (jogar)
- En seco - A seco, de repente
- En seguida (de) - Logo após
- En señal de - Em sinal de
- En suma - Em suma
- En tiempo(s) de - A tempo de
- En torno a / de - Em torno a / de, acerca de, a respeito de
- En vez de - Em vez de
- En vías de - Em vias de
- En vilo - Na corda bamba/ com o coração na mão
- En vísperas de - Às vésperas de
- En vista de - Em vista de
- En volandas - Pairando no ar
- Entre ceja y ceja - Ter uma idéia fixa, enfiar na cabeça
- Entre dientes (hablar) - Entre os dentes (falar)
- Entre dos aguas (estar) - Em cima do muro (estar)
- Entre dos luces - Ao amanhecer / anoitecer
- Entre la espalda y la pared - Entre a cruz e a caldeirinha; entre a espada e a parede
- Entre líneas (leer) - Nas entrelinhas (ler)
- Entre manos - Planejar, maquinar
- Entre ojos - Não ir com a cara de
- Entre Pinto y Valdemoro - Não saber se vai ou se fica; estar em cima do muro
- Entre pitos y flautas - Entre uma coisa e outra
- Incluso / hasta - Até mesmo
- Ni por el forro - Não ter a mínima idéia
- Ni por esas - Nem assim
- Para dentro (barrer) - Puxar a brasa para a sua sardinha
- Para el cuello de su camisa (hablar) - Falar com os seus botões
- Para largo (ir) - Ir longe, render
- Para siempre - Para sempre
- Por amor al arte - Por amor à arte
- Por amor de - Pelo amor de
- Por barba (tocar a + cantidad) - Por cabeça (sair a / ser + quantidade)
- Por cuenta de - Por conta de
- Por culpa de - Por culpa de
- Por descontado - Supor
- Por el aro (pasar) - Ceder
- Por encima del hombro (mirar) - Por cima do ombro (olhar), fazer pouco de
- Por h o por b - Por um motivo ou outro
- Por indicación de - Por indicação de
- Por intermedio de - Por intermédio de
- Por la fuerza - À força
- Por las nubes - Ser muito caro
- Por lo pronto - No momento; por ora
- Por los cerros de Úbeda (irse) - Sair pela tangente
- Por los codos (hablar) - Pelos cotovelos (falar)
- Por los pelos - Por pouco; por um fio
- Por medio de - Por meio de
- Por si acaso - Por via das dúvidas
- Por su cara bonita - Pela (linda) cor dos seus olhos
- Por tierra, mar y aire - Por terra, mar e ar
- Según se mire - Depende
- Según y cómo - Dependendo
- Sin fin - Sem fim
- Sin más - Sem mais nem menos
- Sin más ni más - Sem mais nem menos
- So pena de - Sob pena de
- Sobre aviso - De sobreaviso (estar)
- Sobre manera - Sobremaneira
- Sobre mojado (llover) - Chover no molhado
- Sobre seguro (ir) - Com segurança
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Como citar o texto?
BARROS, Isabella R. N. Dificuldades de uso das preposições espanholas: As armadilhas das semelhanças linguísticas. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização) - Universidade Gama Filho, Rio de Janeiro, 2009. Disponível em <http://22tonslatinosminhaspublicacoes.blogspot.com/2013/12/dificuldades-de-uso-das-preposicoes.html>
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